sala VIP

domingo, 30 de janeiro de 2011

Parabéns, Márcio Jr

Publicação coletiva promovida pelo blog Universo, da Ester



Parabéns, Márcio Jr:
você ganhou uma viagem virtual ao Piaui.
Serei seu guia. Fique à vontade.




Como brinde tome aqui o nosso refrigerante natural: cajuína



BANDEIRA DO PIAUÍ
Amarelo: riqueza natural
Verde: esperança


Estrela: Antares ( a mesma da Bandeira Nacional)

Data: Batalha do Jenipapo



FLORIANO, minha cidade. Veja
Rio Parnaíba, segundo em extensão do Nordeste


À direita, Piauí (Floriano)

À esquerda: Maranhão (Barão de Grajaú)

Mais detalhes:

Ocaso no Caís do Porto às margens do Parnaíba

Lugar, cara, de muita animação

Birita, mulheres bonitas

E muita azaração.

Teatro Maria Bonita
Festival nacional de teatro já foi promovido aqui, meu irmão

Cidade Cenográfica


A segunda a céu aberto do Nordeste

Cidede Cenográfica

A qui a Paixão de Cristo é encenada anualmente

Muitos atores famosos participam do espetáculo

É emocionante, rapaz


Carnaval: o melhor do Piauí


TERESINA, nossa capital

O nome da cidade, Márcio, é em homenagem a imperatriz Teresa cristina Maria de Bourbon



Ponte estaiada sobre o Rio poty
Aqui é o mirante panorâmico da ponte estaiada. Vamos subir. São 95m de altura e tem
capacidade para 100 pessoas. Vista estonteante.

Mirante


LITORAL



Estado marítimo de menor litoral brasileiro (66 km de pura beleza). O Piauí não tinha litoral, mas trocou terra com o Ceará



Nossas prais mais famosas, Márcio, ou melhor, charmosas:

Pedra do Sol

Atalaia

Praia do Coqueiro




DELTA DO RIO PARNAÍBA
Único delta em mar aberto do mundo



PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA em São Raimundo Nonato (530 km da capital)


Venha, cuidado, vou lhe mostrar:

Sítios arqueológicos

Clima semi-árido

Caatinga


Pinturas e gravuras rupestres

Vestígios do homem mais antigo das américas.

Pois é, Márcio, aqui você ver um Patrimônio Cultural da Humanidade (UNESCO - 1991).



CACHOEIRA DO URUBU em Esperantina, a 180 km da capital



Cachoeira do Urubu, cara, porque os peixes ficam presos em miniaquários rochosos e, portanto,
atrai urubus


O Rio Longá, rapaz, forma esta cachoeira. As quedas d'agua formam um espetáculo inesquecível
e podem ser ouvidas a 5 mil metros de distância.


PARQUE NACIONAL SERRA DAS CONFUSÕES em Cocal, a 630 km da capital

Chama-se das confsões em função de mudar de configuração de acordo com a iluminação solar.

Maior parque da região Nordeste. Aqui, Márcio, veremos:

Beleza cênica indescritível

Ecossistema de caatinga

litogravura nas paredes

Clima tropical


Fauna em extinção: jacutinga, veado-campeiro, tatu-canastra, tamanduá-bandeira, guariba, onça, etc.







FELIZ ANIVERSÁRIO, MÁRCIO


TIM, TIM


Um abraço do Piauí

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Caserna verde: sonho e decepções - III



No exame psicotécnico, a terceira etapa da seleção, entregaram-me uma brochura contendo, se eu não estiver equivocado, 300 (trezentos) testes. Inicialmente, algumas sequências numéricas deveriam ser logicamente completadas. Em seguida, uma série de desenhos incompletos. Para cada desenho, eu deveria assinalar a parte que o completava. Todas as figuras se referiam ao exército: jipes, rifles, fardas, pontes, caminhões, tanques, etc. Acho que consegui fazer 45 testes. O tempo era limitado.
No dia do resultado, o meu nome desfilava na lista dos selecionados. A semana de apresentação no quartel já estava peremptoriamente marcada, mas não disseram o que se deveria levar.
Cheguei em Picos, mas não fui para o quartel: fiquei na casa de um colega que já tinha servido, mas estava tentando engajar-se definitivamente. Na noite picoense perigosa, escalonamos bares, boates e afins. Na madrugada etílica, num beco asqueroso e na penumbra, entramos num bordelzinho sem classificação. Desses em que a recepcionista é a morte. Morte que, discretamente, já lhe presenteia com uma vela acesa. A tríade da confusão estava presente: cerveja, mulher e música. No plural, é claro. Depois de um tempo, a música de Roberto Müller, Luz Negra, tocava pela quinta vez. Lembro-me, ainda, da letra: “Eu não te conheci/ Na luz negra/ Eu não te conheci/ estavas diferente/ No meio dessa gente/ confesso que foi surpresa pra mim (...). Meu colega irritou-se. Uma “prima”, apontando para uma mesa, onde um solitário moço de chapéu quebrado bebia, disse:
- Aquele homem comprou trinta fichas para ouvir só esta música.
Meu colega já estava bêbado e disse que se não mudassem a música quebraria aquela merda toda. Foi um corre-corre danado. A agenciadora das garotas chegou desesperada:
- Pelo amor de deus, todas as vezes que vocês vêm aqui quebram o meu bar!
Vocês que ela se referia eram os recrutas do exército. O meu colega estava com uma pistola cheia de munição, mas o homem da música também estava armado e demonstrava uma calma de gelar a espinha dorsal. O indivíduo armado fica muito imponderado. Conseguimos abafar os ânimos do meu colega e, depois de muita “diplomacia”, abandonamos aquele recinto deplorável.
No último dia para apresentar-me, cheguei numa ressaca que mal conseguia, segurando a bolsa, ficar de pé. Logo na entrada, uma guarita e, depois dela, um longo corredor. Um recruta foi receber-nos: eu e mais uns vinte retardatários. Chegou cheio de autoridade:
- Vocês deveriam estar aqui na segunda-feira e não, seus voadores de merda, na sexta-feira.
No quartel é assim: o cara quando tem uma oportunidadezinha de nada, já começa, em forma de vingança, a humilhar os subalternos. O filho da mãe continuou:
- Em fila! Sigam-me! – e saiu correndo.
E eu, coitado, cheio de ressaca, calçado num sapato de couro, bolsa nas costas a correr atrás daquele desgraçado. O suor escorria em abundância pelo meu corpo. Uma sede de beber até água salgada. Uma tontura de lascar. Ânsia de vômito e vontade de me deitar. Depois que vencemos, com muito sacrifício, aquele corredor, ele ainda nos obrigou a fazer uma volta olímpica pelo quartel. Triunfal chegada. Estávamos, nós palhaços em frangalhos, divertindo a comunidade aquartelada. Completamente extenuados, correndo com as tralhas nas costas e, ainda, repetindo gracinhas de ordem:
- Um, dois, três, quatro!
E nós:
- Quatro, três, dois, um!
- Estão cansados, voadores?
- Não, senhor!
Chamávamos um merda daquele de senhor. Chegando ao alojamento, ele ordenou:
- Dez minutos para vocês guardarem essas porcarias que trouxeram. Vocês estão atrasados com os exercícios físicos. Vamos recuperar o tempo. Agora!
Eu não acreditava no que ouvia. Não tinha certeza se o corpo iria obedecer aos meus comandos
.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

vida de professor



Estou gozando as minhas férias em Floriano (PI). Ontem, a noite estava tenebrosa: nuvens negras em movimentos rotatórios pulverizavam, de quando em vez, a cidade, que se quedava em estranho silêncio. Eu e Jorge – um colega que concluiu Licenciatura em Matemática comigo – saímos à procura dos discípulos do álcool da urbe. Notívagos errantes.
Às margens do Rio Parnaíba, o segundo em extensão do Nordeste, encontramos o barzinho das “primas” em atividade. Simpaticamente, uma delas nos atendeu enquanto outras duas continuaram dentro do box de madeira, acirrando uma disputa de conhecimentos. Sorteavam uma letra do alfabeto e, secretamente, cada uma escrevia, iniciando os vocábulos com a letra sorteada, o nome de pessoas, cidades, novelas, objetos, etc.
Eu, Jorge e a jovem empurrávamos cerveja goela a baixo e, concomitantemente, deixávamos gargalhadas agredirem o silêncio da cidade. A nossa mesa é sempre abastecida com frases originais e bem humoradas. De repente, vem uma gritaria de dentro do barzinho e uma das jogadoras, esbaforida, pergunta-me:
- Professor, Júlio, não é com G?
Jorge foi logo me alertando:
- Antonio, não entra nessa disputa cultural...
Fiquei em dúvida sem saber qual das duas defender: ambas eram bonitas e charmosas. Tomei, por impulso, partido:
- Minhas lindas, houve uma reforma ortográfica e, portanto, Júlio pode ser escrito com G.
Falei e me senti um Judas, o traidor da Língua Portuguesa. Continuaram a disputa. A letra i foi sorteada e, logo, a confusão recomeça:
- Professor, Espanha, não é com I?
Como eu já tinha defendido a outra, resolvi dizer:
- Claro, existe a Espanha e, foneticamente, a sua Ispanha.
Jorge não se conteve:
- Só falta, Antonio, você dizer que ilefante é correto!!
De novo, as jovens:
- Professor, Hipopótamo, não é com I?
Não vacilei:
- Já fui professor de Hivo, cujo H foi roubado do Hipopótamo, portanto, o correto é Ipopótamo, sem H!!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Caserna verde: sonho e decepções - II




Isoladamente, um tenente de cabelos grisalhos e cheio de condecorações na farda, encontrava-se sentado por trás de uma mesinha. Aproximei-me sobre o olhar fulminante e investigativo dele.
- Sente-se!
Pergunto-me trivialidades como, por exemplo, o nome de meu pai, o que eu fazia, o meu endereço, etc. De repente, olhando-me duramente nos olhos, sem nenhum pudor, interrogou-me:
- Já “comeu” mulher?
Usou exatamente este palavreado chulo. O sangue subiu-me febrilmente à face. Olhei desconcertado para um lado e para o outro – poderia estar fazendo alguma brincadeira. Não havia ninguém. Só eu e ele. Pensei: “Não sou confidente deste cara... Que pergunta mais íntima é esta?” O meu pensamento foi bruscamente interrompido por ele:
- Está procurando a resposta onde? Não entendeu o que eu lhe perguntei?
O suor escorria facilmente por minhas têmporas. O meu sistema nervoso desequilibrou-se e um princípio de gagueira e confusão mental apoderou-se de mim. Apenas, disse eu:
- Entendi...
- Entendi, não! Diga: entendi, senhor!
- Sim, senhor.
- Sim, o quê? Entendeu ou já “comeu”?
- Os dois.
- Diga: os dois, senhor!
Eu disse:
- Os dois, senhor!
Ele baixou o tom de voz e, como se estivesse conversando com outra pessoa, indagou-me:
- Tem coragem de “comer” de novo?
- Sim.
Repentinamente, esbravejou:
- Sim, não! Diga: sim, senhor!
- Sim, senhor! – involuntariamente, gritei no mesmo tom dele. Fiquei suando e, paralelamente, tremendo de medo.
Meio satisfeito, concluiu:
- Agora você me convenceu. Está selecionado para o psicotécnico.
Mais tarde, eu soube que esse procedimento complementava a seleção: não aceitavam homossexuais no quartel.
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