sala VIP

quarta-feira, 17 de março de 2010

vida de professor



Na cidade de Zé Doca (MA), são poucas as opções de lazer, portanto, invariavelmente, as pessoas são sempre encontradas em barzinhos ou restaurantes.
Pois bem, certo dia, deparei-me, no meio de uma pracinha, sentado ao relento em torno de uma mesinha de plástico, com um jovem casal. Depois de empurrar traquéia adentro vários copos de cervejas, a mulher ponderou:
- Vamos, Fulano, pois preciso tomar as injeções!
Como eu já tenho mais de quarenta anos na janela da malandragem (só filmando e arquivando casos na memória principal do cérebro), entendi a mensagem e, então, sem ninguém me perguntar nada, argüir, em cascata vocabular:
- Rapaz, esse negócio de aplicar injeção para evitar gravidez provoca um desequilíbrio hormonal na mulher e pode desencadear em doenças.
Sinceramente, não sei se há algum sustentáculo científico no que eu falei, no entanto, a mulher, meio encabulada, disse:
- Já estou me sentindo gorda... meio inchada.
Com a afirmação dela, senti-me à vontade para dizer:
- Rapaz, nos postos de saúde há distribuição gratuita de camisinhas. Por que você não as usa? Afinal, elas são grandes demais e, portanto, ficam folgadas no seu pênis?
Diplomaticamente, ele rebateu:
- Muito pelo contrário, Sô (derivação regressiva de senhor, muito usado na região), eu ainda não encontrei foi camisinha que coubesse ele!!
A mulher fez os olhos dançarem transversalmente na direção do homem, apertou os lábios, fez um trejeito de desdém e reprovação no rosto e, imediatamente, desabou em gargalhadas. Eu não sei de nada, não quero saber e não perguntei a quem sabe!

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