sala VIP

sábado, 14 de novembro de 2009

vida de professor


O semestre na Universidade Federal da Paraíba, onde eu cursava Engenharia Mecânica, se encerrara. De férias, fui visitar meus pais em Floriano (PI) e, portanto, ao chegar em casa, deparei-me com um garotinho de mais ou menos uns 9 (nove) anos de idade, oriundo da zona rural, que me esperava para ser alfabetizado. Segundo os comentários, se eu não conseguisse alfabetizar o moleque, ninguém mais conseguiria, pois, além da minha fama de inteligente e hábil professor, ele já tinha peregrinado em vários colégios e casas de professores particulares e, no entanto, não saia do rendimento zero.
De início, fiquei empolgado com a proposta, mas, em poucos minutos de tentativa, percebi que o caso era complicado: aplicava todos os malabarismos e mágicas pedagógicas, mas o moleque parecia que estava num mundo metafísico.
Depois de cinco dias de árduo e desgastante trabalho, resolvi apelar para a tradicional soletração. Abri um livro com figurinhas legendadas. Abaixo da figura de uma igrejinha, eu falei:
- Um C com A, CA; um S com A, SA. Que palavra forma?
- E o moleque, sem nenhuma cerimônia, o que me fez sentir saudades da palmatória pedagógica, emendou:
- Igreja!
Desisti.

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