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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

vida de professor



Pedi demissão de meu primeiro emprego em um Laboratório Industrial Farmacêutico e, portanto, fui fazer a minha inscrição para concorrer a uma vaga de professor na Universidade Estadual do Piauí, campus de Floriano (PI). A universidade não conseguira professores licenciados em matemática na cidade e, portanto, publicou um aditivo ao edital onde os engenheiros, de uma forma em geral, poderiam concorrer às vagas. Foi aí que, como engenheiro mecânico, tive a liberdade de concorrer.
Ao chegar na sala onde eram feitas as inscrições, a própria diretora do campus estava efetetuando-as. Fiquei em pé com um envelope de papel vegetal amarelo debaixo do braço direito, cheio de documentos: currículo, diploma, etc. Como ela, a diretora, não me dava a mínima atenção, falei:
- Gostaria de fazer a minha inscrição para concorrer às vagas de matemática.
Ela olhou-me com desprezo, indignação e recriminação. Olhou-me novamente e, então, disse:
- A inscrição é só pra pessoa formada!
Disse eu:
- Sim, mas eu...
A diretora levantou-se e, energeticamente contraíndo os músculos do rosto, falou, aspergindo gotículas no meu rosto e deixando as palavras assoviarem entre os dentes:
- Eu disse pra pessoa FOR-MA-DA, isto é, que tenha curso SU-PE-RI-OR!!!
Pensei em dizer que eu não estava ali fazendo teste de surdez, mas tentando concretizar uma inscrição para um concurso público. Não disse nada. Dei um passo pra trás e, limpando, com o dorso da mão esquerda, as gotículas de saliva sopradas no meu rosto, entendi, desde então, que, mesmo com esta cara de pobre que tenho, não estava representando bem a classe dos professores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Antonio José rapaz comé q tá as coisas? Abraços. Filipe (Computação UESPI)

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